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A Origem

Os Celtas trouxeram cavalos de pequeno porte mas muito resistentes que acabaram por se cruzar com esta população equina autóctone refugiada nas regiões montanhosas do Norte da Península3. Aí se acantonou, então, o que se designou como cavalo celta (E.caballus celticus), característico das regiões montanhosas frias e húmidas - o ancestral mais recente do cavalo Garrano.

A reforçar esta hipótese da origem céltica dos Garranos, junta-se um interessante argumento de ordem filológica: em Portugal manteve-se a mesma raíz céltica que deu o «gearron» gaélico e o «garron» escocês, enquanto que a designação dos cavalos de pequeno alçado se internacionalizou com a designação de poney1. Ruy d’Andrade referia o facto de, em 1938, na Irlanda e por vezes em Inglaterra e na Escócia, ainda usarem o termo antigo «garron».

Segundo Ruy de Andrade (1930) “o comércio destes garrons ou Garranos foi activo desde os tempos pré-históricos e durante a Idade Média, desde a Irlanda e Inglaterra à península e vice-versa”. O pónei Highland é muitas vezes denominado na Escócia como “Garron Highland” o que vem de encontro ao escrito por este zootécnico português.

Mas é na Idade Antiga que se encontra o maior número de registos informativos sobre estes cavalos. Ruy de Andrade, ao traduzir Plínio na sua obra História Naturalis diz: “Na mesma Espanha há a nação Galaica e a Astúrica (galegos e asturianos) as quais criam cavalos (estes são os que chamamos tieldões e, quando mais pequenos, asturianos), dos quais o andamento não é vulgar...”. Neste documento diferenciam-se dois tipos de cavalos, segundo o seu tamanho e localização: os tieldões teriam dado origem ao nosso Garrano e os asturianos ao Asturcon; no entanto, também é latente nesta descrição a unidade existente entre estes dois tipos por possuírem um tipo raro de andamento – a andadura. O que nos induz a pensar que tieldões e asturianos seriam apenas duas variedades duma mesma raça.
 

         
         
 
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