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Ecossistema

Durante séculos, o Garrano povoou o norte e o centro de Portugal, sendo um auxiliar precioso nos trabalhos de campo. No séc. XX, com a mecanização da agricultura, os Garranos passaram a ser dispensáveis na lavoura tradicional. Em 1948, o efectivo do Garrano era constituído por cerca de 40.000 indivíduos (Anónimo, 2001), tendo sido progressivamente reduzido para aproximadamente 1800 animais no ano de 2010.

HOJE o Garrano é uma raça autóctone classificada como ameaçada, pela diminuição da sua população e redução do seu solar tradicional.

Para essa redução de efectivo terão contribuído factores como a mecanização da agricultura, a fragmentação do habitat e a predação acentuada.

Incorporados aos grupos serranos, onde recriaram os padrões de comportamento social dos antepassados selvagens. Os criadores passaram a criá-los em liberdade e a cruzá-los com raças exóticas de maior porte.

À involução quantitativa seguiu-se a involução qualitativa, sendo a raça classificada pela UE como “ameaçada”, à semelhança de 110 das 148 raças europeias de equídeos (CEREOPA, 1994).

As medidas de preservação e conservação desta raça são essenciais à sua sobrevivência.

Este pequeno e robusto cavalo, vive integrado num ecossistema de montanha, lado a lado com o seu único predador, o lobo (Canis lupus), uma espécie em perigo de extinção. Actualmente, a predação do lobo sobre o Garrano é relativamente importante, mas a sua coexistência é perfeitamente possível. Na verdade, diversos estudos indicam que em grupos coesos, onde a liderança do grupo é, de um modo geral, exercida pela fêmea líder, o lobo representa uma ameaça reduzida. Aliás, segundo alguns criadores, os Garranos que vivem em comunidades deste tipo dão origem a descendentes “mais aptos” no que se refere a várias características comportamentais, sendo já prática comum a selecção de Garranos naquele sentido. Esta predação pode assim ser vista como uma forma de selecção natural exercida sobre os Garranos, permitindo uma integração mais efectiva nos ecossistemas de montanha do noroeste de Portugal.

O habitat onde os grupos se encontram é determinante na sua dimensão pelo que os grupos são maiores em espaços abertos. Este facto é interpretado como sendo uma estratégia anti-predadores.


         
         
 
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